segunda-feira, 14 de dezembro de 2009


Desabafo



Faz muito tempo que não escrevo... Às vezes o tempo é que não deixa.........
Hoje escrevo por que algo me tocou o coração, quem me conhece sabe um pouco de quanto eu sou uma pessoa difícil de conviver e que algumas atitudes com pessoas que me fizeram mal, é quase que impossível (o perdão).
Mais bom como havia iniciado, esse final de semana foi encrível pra mim, tive um encontro com o Pai e digamos esse encontro mudou a minha vida, nosso encontro foi através de um livro que como todas as coisas que não se sabe explicar e essa é uma delas, me veio a mente ler esse livro, que não sabia o conteúdo mais que no momento em que o vi, tive uma certa ligação para com ele. Aprendi muito como já falei, entendi o que realmente é o perdão, o relacionamento, o encontro com o Pai.
Bem é melhor informar qual o livro que me tocou tanto, e de certa forma mudou a minha vida, para que você possa também esperimentar essa sensação, o livro se chama “A cabana”, aprendi e entendi muitas coisas espero que esse livro o toque também.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009


Um pouco sobre esquizofrenia


Na nova novela da Globo, “Caminho das Índias”, está a abordar um dos assuntos mais complexos e desconhecidos para a maioria da população brasileira: a esquizofrenia. E tão conhecida está se tornando quanto o preconceito que se tem ao indivíduo com algum transtorno psíquico, que por ignorância pelas pessoas ditas “normais” os excluem da sociedade, esquecendo que o indivíduo também é um ser humano com seus defeitos e qualidades iguais a qualquer outro. O que é a esquizofrenia?Quem a nomeou?A faixa etária que é propícia a ocorrer?Como se desenvolve?Quais os sintomas?Essas são perguntas que a maioria da população não procura e nem quer saber as respostas, escolhendo ficar com seu insignificante preconceito e ignorância.
O termo esquizofrenia foi designado por E. Bleuler (1911), com o objetivo de designar um grupo de psicoses. Esquizofrenia é uma doença mental, que afeta a zona central do eu, e altera toda a estrutura vivencial, onde há uma desorganização do mesmo, afetando o pensamento, percepção e realidade, que geralmente ocorre no final da adolescência ou no início da vida adulta antes dos 40 anos.
Até hoje não se conhece os fatos específicos da doença, há evidências que seriam decorrentes de fatores biológicos, genéticos e ambientais, isso explicaria o motivo pelo qual filhos de pais esquizofrênicos terem 10 % de chances contra 1% de a população geral desenvolver a doença. Segundo Freud as psicoses são distúrbios resultantes de conflitos entre o EGO e a realidade refletindo o fracasso do EGO em sua dependência com o mundo externo, e de tentar silenciar o ID diante de uma frustração da não realização de um desejo infantil, sendo assim, o EGO é derrotado pelo ID e expulso da realidade. A esquizofrenia, segundo ele conhecida, como as formas de psicose que se inclinam em uma perda total de participação da realidade através de delírios, que é aplicado como um remendo para uma “fenda” que apareceu na relação entre o EGO e o mundo externo, portanto, tal manifestação do processo patogênico, está na tentativa de cura ou reconstrução dessa relação.
Os sintomas da doença variam de paciente para paciente, mas os sintomas comuns são: delírios (o indivíduo crê em uma idéia falsa), alucinações (ouve vozes, enxerga pessoas, vultos), distúrbios e pensamentos desorganizados (fala de maneira ilógica e desconexa).
O esquizofrênico tem dificuldade em demonstrar o que sente, aparentando está indiferente a tudo o que ocorre a sua volta. Os esquizofrênicos correm grande risco de cometer suicídio, já que os seus sintomas o assustam e o deixa perturbado, sua personalidade também se deterioriza durante o tempo em que a doença não é tratada e amenizada. O preconceito contra esses indivíduos é muito evidente, principalmente para ele mesmo, já que, o que ele vê, as outras pessoas não enxergam, tendo assim conseqüências graves se a família e amigos não forem compreensivos e ajudá-lo em seu caminho repleto de obstáculos.

Maria Oliveira

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009


SUICÍDIO


"O suicídio faz com que os amigos e familiares se sintam seus assassinos".
(Vicent Van Gogh)




Sexo, Idade: F, 27

Cor: (descendente de orientais)

Meio: projétil de arma de fogo

Forma de mensagem: carta manuscrita a tinta azul

“A quem possa interessar:

Grande parte do que possuía foi vendida ou doada. O que resta, é minha vontade que seja entregue ao meu amigo João; o qual poderá dar a meus pertences o destino que lhe aprouver. Nada deverá ser entregue a qualquer parente meu. Quanto aos meus restos mortais, suplico encarecidamente; não o torturem com choros, rezas ou velas. É apenas a minha matéria e imploro que a deixem degradando-se em paz. A putrefação não é degradante. Se a humanidade permitisse que a natureza tomasse o seu curso, seria o renascimento da matéria. Eu renasceria no vento que passa a murmurar, nas folhas que farfalham, no solo que abriga e alimenta milhares de seres vivos, na água que corre para o mar nas chuvas que regam os campos, no orvalho que cintila ao luar, nas grandes árvores que abrigam ninhos de passarinhos e que vergam a passagem dos ventos fortes, nos pequenos arbustos que escondem a caça do caçador... Céus! Eu me vingaria se apenas uma de minhas partículas participasse do desabrochar de uma flor ou do canto de um pássaro. Romântico? Não! Foi o mundo, minha família, meu educador mas principalmente... foi o seio que aconchegou a criança que vinha lhe contar as suas tristezas, mágoas, alegrias, pensamentos, e seus desejos íntimos... suas esperanças. A criança crescida quer voltar para lhe contar seus sofrimentos, desilusões, a morte de suas esperanças... para encontrar novamente o aconchego onde poderá descansar sua cabeça cansada e abatida e onde poderá, enfim, chorar as suas lágrimas que não encontram onde chorar. Volto derrotada porque não fui capaz de viver, trabalhar e estudar não foram suficientes para mim. E foi tudo o que me restou. Prefiro morrer do que viver com a morte dentro de mim. Perdoem-me..., ..., ..., "

Quantas vezes não nos deparamos com histórias como essa acima (verídica, onde ocorreu a troca de alguns dados pessoais), e quantas vezes não nos perguntamos o por que? Tantas pessoas em filas de hospitais esperando um transplante de algum órgão, lutando pela vida, buscando uma esperança... E uma pessoa “saudável” tira a sua própria vida?O ser humano pode ser considerado uma caixa de surpresa, o ser humano é o único animal que mata um ser de sua própria espécie só por matar, e o único também que atenta contra a sua própria vida! É triste quando lemos ou ouvimos notícia de algum suicídio e é deprimente ao depararmos como é comum esse ato, e com o fato de que quanto mais o mundo cresce em todo o seu aspecto, mais pessoas não querem viver nele.
Suicídio (etimologicamente sui = si mesmo; - caedes = ação de matar), foi utilizado pela primeira vez, pelo menos o que costa na história, por Desfontaines em 1737, onde se é um ato intencional contra a própria vida a fim de escapar de um sofrimento intenso onde a pessoa sente que não irá suportar.

Números: Nos Estados Unidos ocorrem 30.000 (quase 100 por dia) mortes decorrentes de suicídio, sendo que as tentativas que não terminaram em morte cresce de 8 a 10 vezes esse número, estando na 8ª posição entre as causas de morte, depois de problemas de coração, câncer, derrames, acidentes, pneumonia, diabetes e cirrose. Também se estima que as mulheres tentam suicídio 4 vezes mais que os homens, sendo que os homens cometem 3 vezes mais que as mulheres, isso deve-se ao fato de que eles fazem mais tentativas com métodos mais agressivos e as mulheres com métodos menos agressivos e conseqüentemente menos eficazes, sendo que a pessoa que tenta uma vez tem 30% de chances de cometê-lo.
A faixa etária também é de grande importância, a maioria dos suicídios ocorrem na faixa etária dos 15 aos 44 anos. Doenças físicas como o câncer, AIDS, esquizofrenia, depressão são os mais altos motivos de uma pessoa tentar o suicídio. No mundo se suicida aproximadamente 2.000 pessoa. O índice brasileiro é de 4,9 suicídios para cada grupo de 100.000 hab., o Rio Grande do Sul possui os mais altos índices-11 para cada grupo de 100.000 hab.

O suicídio é conseqüência de uma perturbação psíquica. A tensão nervosa culmina os conflitos intrapsíquicos de gravidade acentuada onde a morte torna-se o único refúgio. Inconscientemente o suicida tenta depositar a culpa de sua morte nos indivíduos ao seu redor, principalmente nos seus familiares, funcionando como um “castigo”, um ataque contra o ambiente em que ele sofreu.
Para Freud o suicídio é considerado um assassinato disfarçado, onde a pulsão de morte é mais forte que a de vida, onde o indivíduo ama e odeia o objeto, e internaliza agressão ao objeto ao invés do “eu”. O suicida tem certa identificação com o objeto perdido, que conseqüentemente ele auto-puni com o objetivo de vingar-se.
A ciência explica que no suicida a um baixo nível de serotonina no sistema nervoso, onde a pessoa se torna depressiva e conseqüentemente tenta suicídio.
Entre os jovens com faixa etária de 15 e 24 anos, o suicídio já é a 3ª causa de morte, atrás de acidentes e homicídios. Os motivos mais comuns que desencadeiam o suicídio são a criação, educação e conduta familiar. O sentimento de culpa imposto pelas chantagens emocionais, castigos exagerados, abandono, superproteção são as causas principais para o suicídio entre jovens. A soma desses fatores desencadeia uma desorganização de personalidade em desenvolvimento, desequilibrando continuamente o sistema nervoso e desencontra o indivíduo de seu ego, tendo conseqüência o bloqueio intelectual, a desmotivação, a necessidade de uma fuga psíquica e entorpecimento mental.
Por mais que nós tentemos entender os motivos de uma pessoa chegar a cometer esse ato, nunca chegaremos a plena realidade ou mesmo entender o sofrimento dessa pessoa, pois o que pode ser uma bobagem para nós (não suicida) para o outro é uma catástrofe, por isso esse tema é ainda uma grande questão filosófica de nosso tempo, decidir ou não viver a vida.


Dica de filme: 2h 37 – é um filme, baseado numa história verídica, que trata de suicídio entre os jovens e diversos motivos que se pode ter para tentá-lo. O filme é emocionante, nos ensina que nem tudo o que parece é a verdade, a diversas faces dos choros e risos e que no final é quem menos você espera que acaba por tirar a vida.

Maria Oliveira

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009



Ciúmes: quando ele vira uma doença...

Marido apaixonado desconfia que a mulher linda, o trai com um amigo. A mulher é honesta, o amigo é sincero, mas o marido só enxerga à sua volta indícios da traição inexistente. Por fim, transtornado, mata a mulher e se mata. A tragédia, no seu cruel desenrolar é velha como o mundo. Assim foi descrita magistralmente por William Shakespeare, no século XVII, no texto em que Otelo, o general mouro, mata a doce Desdêmona. Antes dele e depois, homens e mulheres mataram (e matam) pelo mesmo motivo: ciúmes, um sentimento doentio, paranóico, incontrolável e perigoso para quem é alvo dele. E é por essa peça que a literatura médica descreve o ciúme doentio, como a “Síndrome de Otelo”.
Segundo alguns casais, o ciúme ajuda a apimentar a relação, o que muitos especialistas discordam, onde afirmam que o melhor tempero para o amor é o zelo, que segundo o psiquiatra Eduardo Ferreira-Santos: ciúme é tudo, menos “prova de amor”.
Números: segundo o sexólogo Amaury Mendes Júnior, a proporção é de três homens ciumentos para cada mulher enciumada.
Durante muito tempo o ciúme era um sentimento eminentemente masculino: o homem sempre tentou controlar a sexualidade da mulher para ela não gerar filhos com outros parceiros. O ciúme por parte da mulher era por receio de que o homem volúvel a privasse de sua proteção.
Os homens são mais sensíveis àquilo que diz respeito à posse física do corpo de sua parceira. As mulheres tendem a ser mais sensíveis à intimidade psicológica do envolvimento emocional.
O ciúme é considerado normal quando surge em resposta a um estímulo externo que tem raízes na realidade. O ciúme é considerado patológico quando é levado ao extremo, quando passa a fazer mal a relação, onde o parceiro se afasta para poder respirar, onde a ânsia de não perder a pessoa amada tolhe a liberdade e começa a ferir o parceiro com suspeitas e acusações infundadas, onde passa a ter atos infantis e irracionais.
A síndrome do “agarramento” acontece no primeiro ano de vida, quando a criança começa a explorar o mundo e tem necessidade de agarrar-se a mãe, como a maioria dos homens fazem com seus parceiros agarrando-se a eles, como agarravam as pernas da mãe, com medo antigo de perde-la. Outra situação de ciúme doentio provém do complexo de Édipo (Freud) mal resolvido: entre quatro e seis anos, a criança identifica-se com o pai e tem ciúmes dele pela atração que ele exerce sobre a mãe. Na idade adulta, essas frustrações podem reaparecer sob a forma de possessividade em relação ao parceiro, raiva ou mesmo paranóia. Ainda estudando o ciúme, Freud classificou em três tipos: o ciúme competitivo ou normal (há medo de perder o objeto amado, mais o sujeito não perde o pleno juízo da realidade, estando ligado às fantasias inconscientes da vida infantil e da relação entre irmãos), projetado (tem-se fantasias de infidelidade do próprio sujeito que seriam projetadas na parceira, como modo de aliviar a culpa) e delirante (além de se ter as fantasias de infidelidade existem em potencial agressivo, e o objeto sobre o qual se projeta a agressão representa o próprio sujeito ou até do mesmo sexo, implicando o delírio numa defesa contra impulsos homossexuais reprimidos advindos do narcisismo patológico).
Para ser mais clara nos diversos tipos de ciúmes, ele também podem ser classificados em cinco tipos: enciumado – tem medo de perder o amado mais consegue se controlar, paranóico – cria caso por qualquer coisa e na dúvida chega até a vigiar e dar palpites na vida particular do parceiro, escandaloso – demonstra ciúmes até de suas ex-namoradas fazendo escândalos, deprimido – se faz de coitado para a parceira e quando sente algum problema físico culpa a parceira, fóbico – vasculha bolsa, carteira, celular, patológico – desconfia permanentemente, tem certeza de traição e chega até mesmo agredir e até mesmo de cometer suicídio ou assassinato.
O ciúme patológico apresenta sintomas físicos comuns como: insônia, boca seca ou excesso de salivação, taquicardia, aumento ou perda de apetite, dores nos músculos e articulações, depressão (por causa da baixa auto-estima), sensação de aperto no peito.
O ciúme como se diz no começo do texto, pode ser considerado até como um tempero, e há pessoas ainda que se irritam se o parceiro não o sentir. A pessoa que sente esse ciúme patológico sente que é tão insuportável quanto para quem é o alvo, a pessoa não consegue se controlar e acaba por ferir as pessoas a sua volta. Existem vários centros de ajuda e especialistas na área que podem ajudar, só é necessário que a pessoa assuma que tem a doença e que queira se tratar.
Maria Oliveira